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Por vezes a poupança dos jovens é depositada numa conta bancária pelos pais; outras vezes é simplesmente confiada a um mealheiro. Frequentemente, os dois sistemas coexistem.
Esta poupança é, normalmente, destinada a financiar despesas específicas: computador, aparelho de áudio, pagamento da carta de condução, férias, etc.
Este estudo pretendeu também analisar as práticas e motivações da poupança dos jovens em 1986/87, período da realização do inquérito.
Foi formulada a pergunta: “procura poupar dinheiro?” e as respostas possíveis eram: “sim”, “raramente” e “não”.
A principal constatação foi a de que a maioria dos jovens (cerca de 67%) tinham por hábito poupar, não se verificando diferenças em função das situações sociais. Em função da “situação perante o trabalho” (constituíram-se cinco grupos: estudantes, trabalhadores, trabalhadores/estudantes, desempregados e domésticas,) o grupo dos estudantes era o que menos hábitos de poupança registava (a seguir aos desempregados).
As razões apontadas, por ordem decrescente de importância, foram:
Em relação aos valores médios, no grupo de “estudantes” ganham importância relativa como objectivos de poupança: “a compra de algu-ma coisa”, “as férias/viagens” e “a oferta de presentes”. Em contrapartida, perdem importância relativa: “para qualquer imprevisto”, por “segurança” e para o futuro (quando casar).
Como se referiu, os níveis de “não-poupança” (os jovens que poupam raramente ou nunca) eram baixos: 27% do total, sendo as seguintes as razões apontadas:
Conforme se pode ler no estudo de Luisa Schmidt, a principal razão apontada maioritariamente por todos os jovens é a incapacidade de fazer poupanças, motivo relacionado com o “consumo ” e todas as outras razões apresentam índices percentuais baixos. Entre estas, encontram-se as de cariz mais hedonista (não vale a pena ou o dinheiro é bom para gastar logo) e as de tónica mais ética (dou pouca importância ao dinheiro) ou ainda as mais pragmáticas (não tem dinheiro ou ele nunca falta).
Os resultados desta sondagem apontam também no sentido de uma elevada tendência dos jovens para a realização de poupanças: 73,4% “fazem alguma poupança”, sendo os hábitos de poupança idênticos para os três grupos etários considerados: 12/14 anos, 15/18 anos e 19/25 anos.
Como se referiu anteriormente, a utilização de metodologias diferentes impede a comparação dos resultados desta sondagem com os do inquérito do ICS, permitindo apenas captar algumas tendências.
Distinguem-se vários tipos de poupança consoante a finalidade: precaução, projecto, previdência.
O bom senso recomenda a criação de uma reserva de segurança. É preciso acautelar imprevistos sem pôr em risco o equilíbrio do orçamento, sem ter de recorrer sistematicamente ao descoberto bancário em caso de incidente. O montante dessa poupança deve ser previsto no orçamento, pode ser mínimo, mas deve ser considerado como um encargo fixo indispensável.
Esta poupança deve permanecer disponível a qualquer momento e ser remunerada, nomeadamente através de um depósito a curto prazo, ou de outra aplicação remunerada e com liquidez elevada (para se reaver o dinheiro aplicado num prazo relativamente curto).
Paradoxalmente, para uma pessoa com rendimentos reduzidos, este tipo de poupança é mais importante e contudo mais difícil de realizar.
Com um rendimento de 1.000€ por mês é possível liquidar uma despesa imprevista como seja o arranjo do aquecimento ou a compra da máquina de lavar roupa. Para um rendimento mensal de 500€, é mais difícil fazer face a estas despesas.
Pode poupar-se tendo em vista a concretização de um projecto, como seja uma viagem, compra de casa, etc. Para possibilitar a prossecução deste objectivo é aconselhável constituir-se mensalmente uma poupança de montante fixo.
O suporte financeiro adequado para este tipo de poupança deverá ser diferente da poupança criada como precaução, ou seja uma poupança menos líquida mas mais rentável (ex.: depósitos a prazo, fundos de investimento).
É uma poupança a longo prazo cuja prioridade é a segurança, o rendimento e as vantagens fiscais (PPR, Fundos de Pensões).
Opte por um crédito à sua medida, experimente.